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Arte Naif e a diferença entre Arte e Artesanato

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Arte Naif e a diferença entre Arte e Artesanato Empty Arte Naif e a diferença entre Arte e Artesanato

Mensagem por AdminProfessoraGicelle Qui Nov 24, 2016 3:41 pm

Você sabe qual a Diferença entre arte e Artesanato?
A diferenciação entre Arte e Artesanato dá-se então na forma como que apropriam-se da cultura.
A linguagem utilizada é que fará a diferença.
O artesão possui a técnica e a usa - como finalidade - de uma forma utilitária (criando objetos com definição precisa objetivando a venda dos mesmos) enquanto o artista, com o seu conhecimento e a sua técnica, com o mesmo material, utiliza-o como forma de expressão.
Artesanato — ligado a um sentido utilitário.
Arte — ligado a um conceito de expressão.
A cultura de um povo é que vai mostrar sua Arte, ou seja, a Arte é o modo, é o retrato da cultura dentro do momento em que está sendo produzida. O Artesanato, da mesma forma, só que se diferenciando da Arte na forma de apropriação da cultura.

Arte Naif
Por Anna Adami

O significado de Arte Naif, também denominada de Arte Primitiva Moderna pode ser interpretado como um tipo de arte simples, desenvolvida por artistas sem preparo e conhecimento das técnicas acadêmicas. É considerada uma arte com elementos sem conteúdo. O termo inglês Naif pode ser traduzido como ingênuo e inocente, por isso a compreensão simplista. A falta de técnica não retraiu o desenvolvimento desta arte, que recebeu grande destaque, ao ser valorizada por apreciadores da estética e pessoas comuns.

A característica da Arte Naif é o déficit de qualidade formal. Os desenhos e grafias não possuem acabamento adequado, com traços sem perspectiva e visível deficiência na aplicação de cores, texturas e sombras. A estética desta arte pode ser definida como sem compromisso com a arte real, pois mistura de cores sem estudo detalhado de combinações e as linhas possuem traços sempre figurativos e bidimensionais.

Arte Naif é a arte sem escola ou aprendizado técnico. O artista parte de suas experiências próprias e as expõe de uma forma simples e espontânea. Esta estética não pode ser enquadrada em tendências modernistas, sobretudo na arte popular, pois foge a regra. Ao analisar a construção deste tipo de arte, é possível verificar que o artista utiliza experiências pessoais, oriundas de sua convivência com o meio e cultura geral, sendo assim, há uma pequena esfera cultural embutida na Arte Naif. Mesmo assim, estudiosos deste conceito, a comparam a um tipo de arte primitiva e infantil, sem sofisticação ou requinte sistemático.

Afirma-se que este tipo de arte possui liberdade estética e pode ser resumida como uma arte livre de convenções. Críticos dizem que em termos gerais, a Arte Naif é concebida por artistas que pintam com a alma, diferente da arte desenvolvida por artistas acadêmicos, que pintam apenas com o cérebro, não expressando sentimento.

O ícone da Arte Naif é Henri Rousseau, pintor especialista em cores, considerado por muitos como precursor da corrente e principal artista. Henri não possuía educação geral, nem tampouco conhecimento em arte ou pintura. Ao levar a público, sua primeira obra denominada "Um dia de carnaval", no Salão dos Independentes, o artista foi severamente criticado por ignorar princípios básicos de geometria e perspectiva. A obra retratava paisagens selvagens mescladas a um emaranhado de tramas, as quais remetem a sonhos e sentimentos do artista. Mas seu reconhecimento só se fez valer no século XX, após ser admirado por Pablo Picasso, Guillaume Apollinaire, Robert Delaunay e Alfred Jarry, além de renomados intelectuais. Relatos comprovam que sua obra foi reconhecida na França (Paris) e através de sua obra, a Arte Naif influenciou e embasou a corrente estética do Surrealismo de Salvador Dali, no ano de 1972.

Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Arte_na%C3%AFf
http://www.historiadaarte.com.br/artenaif.html
http://allartsgallery.com/pt-PT/naif

Artistas de Arte Naif

Antonio Batista de Souza (Aldeia de Santa Cristina da Pousa, Braga, Portugal 1925 - Goiânia GO 2010)

Escultor, pintor, ceramista.

Imigra com a família para São Paulo em 1926. Mais tarde, reside em Araguari e Uberlândia, em Minas Gerais, onde inicia a atividade de ceramista, realizando peças utilitárias. Monta duas fábricas de cerâmica, que vão à falência, e passa um longo período entre os índios na Ilha do Bananal, em Goiás. Passa a residir em Goiânia. Em 1957, adota o apelido de Antonio Poteiro por sugestão da folclorista Regina Lacerda, que o orienta a assinar seus bonecos de barro. Gradualmente passa a apresentar, em suas obras, motivos regionais e temas bíblicos. Em 1972, já como conhecido ceramista, é estimulado a pintar por Siron Franco (1947) e Cleber Gouvêa (1942). Expõe seus trabalhos em mostras no Brasil e no exterior. Leciona cerâmica no Centro de Atividades do Sesc e nas cidades de Hannover e Düsseldorf, na Alemanha. Em 1985, recebe o prêmio da Associação Paulista dos Críticos de Arte - APCA, na categoria escultura. Em 1997, é homenageado com a Comenda da Ordem do Mérito Cultural, do Ministério da Cultura, Brasil.

Djanira da Motta e Silva (1914-1979) foi uma pintora, desenhista, ilustradora e cenógrafa brasileira. Sua tela "Santana de Pé" está no Museu do Vaticano. O mural "Candomblé" foi encomendado por Jorge Amado, para sua casa em Salvador. É seu também o painel do Liceu Municipal de Petrópolis e o painel de azulejos com 160 m2 do túnel Catumbí em Laranjeiras, Rio de Janeiro.
Djanira da Motta e Silva (1914-1979) nasceu em Avaré, São Paulo, no dia 20 de junho. Neta de imigrantes austríacos e índios. Ainda criança a família muda-se para Porto União em Santa Catarina. Em 1928, volta para Avaré, onde vive na região de cafezais. Depois da mudança para São Paulo, com 23 anos, Djanira adoece com tuberculose e recebe tratamento no Sanatório Dória em Campos do Jordão, onde realiza seu primeiro desenho. Casa-se com Bartolomeu Gomes Pereira, maquinista da Marinha Mercante, que morre quando seu navio é torpedeado durante a Segunda Guerra Mundial.
Djanira muda-se para o Rio de Janeiro e instala-se, em Santa Teresa na Pensão Mauá, ponto de encontro de artistas e intelectuais. Por volta de 1940, passa a ter aulas com Emeric Marcier e Milton Dacosta, seus hóspedes, e também frequenta o curso noturno do Liceu de Artes e Ofícios. Em 1943, expõe pela primeira vez em uma mostra individual, na Associação Brasileira de Imprensa. Entre 1945 e 1947, reside em Nova York (EUA), onde é influenciada pela pintura de Pieter Brueghel. Nesta mesma época, conhece Fernand Léger, Joan Miró e Marc Chagall.
De volta ao Brasil, realiza o mural Candomblé para a residência do escritor Jorge Amado, em Salvador, e o painel para o Liceu Municipal de Petrópolis, no Rio de Janeiro. Em 1952 casa-se com José Shaw da Motta e Silva. Entre 1953 e 1954, viaja a estudo para a União Soviética (URSS). De volta ao Rio de Janeiro, torna-se uma das líderes do movimento pelo Salão Preto e Branco, um protesto de artistas contra os altos preços do material para pintura.
Realiza em 1963 o painel de azulejos Santa Bárbara, com 160 m2, no túnel Catumbi em Laranjeiras, Rio de Janeiro. Muito religiosa, ingressa na Ordem Terceira Carmelita, da qual recebe o hábito com o nome de Irmã Teresa do Amor Divino. Em 1972 recebe do Vaticano a Medalha e Diploma da Cruz "Pro Ecclesia et Pontifice", conferida pelo Papa Paulo VI. Djanira, aliás, foi a primeira artista latino-americana representada com obras no Museu do Vaticano, para quem ofereceu a tela "Santana de Pé", por ela pintada com o braço esquerdo, já que havia fraturado a clavícula.
Entre as exposições das quais participou, destacam-se: Salão Nacional de Belas-Artes, Rio de Janeiro, várias edições entre 1942 e 1949; Salão Nacional de Arte Moderna, Rio de Janeiro, várias edições entre 1951 e 1958; 2ª Bienal de São Paulo, 1953; Retrospectiva, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, MAM/RJ, em Munique (Alemanha) e na Galeria de Arte da Folha, São Paulo, 1958; Arte Moderna Brasileira, no Museu de Arte Moderna, Paris (França), 1960; Retrospectiva, no MNBA, Rio de Janeiro, 1976.
Considerada uma das mais importantes artistas brasileiras do século 20, é sem dúvida a mais autentica brasileira de nossas pintoras. Interpretou de maneira singela e poética a paisagem nacional e os habitantes e costumes do país.
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